Como identificar e aliviar o fluxo menstrual intenso
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Desde o início da adolescência, as mulheres são acostumadas a lidar mensalmente com sangramentos e outros efeitos da menstruação. A convivência com essa característica fisiológica e o conhecimento do próprio corpo ajudam na percepção de possíveis distúrbios ginecológicos, que podem ter como sintomas alterações do ciclo e do fluxo menstrual.
Um dos prinicipais indicativos, que pode ser percebido com maior facilidade pela mulher, é a intensificação do fluxo. Alterações como um maior volume de sangramento, uma grande quantidade de coágulos ou um fluxo de sete dias (ou mais) consecutivos, são facilmente notados por comparação com períodos anteriores.
Segundo o médico ginecologista e obstetra Dr. Alfonso Massaguer, diretor da Clínica Mãe, geralmente o que faz com que as pessoas reparem nesses aspectos é a necessidade de se trocar o absorvente com mais frequência do que o normal e sensações como cansaço, mal estar e fadiga, que também podem ser indícios de anemia.
O aumento da intensidade do fluxo menstrual pode se dividir em duas categorias, que identificam a perda sanguínea anormal. A primeira delas, chamada menorragia, ocorre em intervalos regulares, enquanto a hipermenorreia diz respeito ao sangramento em intervalos irregulares.
“Por definição, perdas sanguíneas acima de 80 ml por dia ou a duração do fluxo acima de sete dias são considerados disfunções”, alerta o médico. Em casos assim, é necessário que um(a) especialista seja consultado(a) e um acompanhamento seja feito, pois as alterações do fluxo menstrual “podem ser decorrentes de variações hormonais, doenças crônicas, afecções ginecológicas, como mioma uterino e polipos, ou mesmo de doenças no sistema sanguíneo e/ou uso de medicamentos”, exemplifica.
Seja por conta de algum distúrbio ginecológico ou por uma peculiaridade fisiológica, o fluxo menstrual intenso pode causar diversos desconfortos e transtornos, como dores, diminuição da qualidade de vida e até do rendimento no trabalho. Para lidar com esses incômodos com menos dificuldade ou até mesmo para reduzi-los, há algumas providências que podem ser testadas:
Entretanto, Massaguer adverte que “a normalização do quadro depende sobretudo da causa do sangramento, podendo ser necessário o tratamento cirúrgico em alguns casos, terapias hormonais ou o uso de medicamentos”.
Durante períodos de fluxo intenso, a ginecologista e obstetra Paula Fettback recomenda que sejam evitados remédios que afetem de alguma maneira o sistema de coagulação. Já o Dr. Alfonso Massaguer afirma que há “métodos naturais que podem ser tentados, mas sempre com a orientação médica, principalmente por conta das doenças crônicas e ginecológicas que se manifestam através do sangramento menstrual excessivo e exigem acompanhamento”.
Levando em conta as observações dos especialistas, qualquer tratamento natural deve ser supervisionado por um(a) médico(a). Portanto, antes de de fazer uso de qualquer um dos 10 métodos listados abaixo, é necessário que você consulte o (a) seu (sua) ginecologista de confiança!
Embora as dicas acima possam ser benéficas e ajudar a regular o fluxo menstrual intenso, a Dra. Paula lembra que não existem evidências científicas que comprovem a eficácia de nenhuma delas. “Fitoterápicos podem auxiliar na sintomatologia, proporcionando o alívio temporário dos sintomas. No entanto, uma avaliação clínica especializada deve sempre ser realizada para diagnóstico correto”, adverte.
Além dos desconfortos, as alterações que intensificam o fluxo menstrual podem gerar dúvidas e preocupações. Antes de procurar orientação médica, pode ser que você esteja buscando por respostas; por isso, os médicos Dra. Paula Fettback e Dr. Alfonso Massaguer responderam a seis questões recorrentes sobre o assunto.
1. O fluxo intenso traz algum prejuízo para a saúde?
Dr. Alfonso: Sim. Sangramentos excessivos podem acarretar anemia crônica e todos os seus sintomas. Casos mais extremos podem precisar inclusive de internação, procedimentos invasivos e transfusões sanguíneas.
2. Quais são as causas da menstruação intensa?
Dra. Paula: Essas condições podem ser decorrentes de desequilíbrios hormonais dos ovários e outros hormônios, miomatoses, pólipos, hiperplasias, doenças sistêmicas como distúrbios de coagulação, entre outros.
3. Alterações no fluxo podem afetar o aspecto do sangue?
Dra. Paula: Sim, muitas vezes podem se formar coágulos, aspecto que muitas vezes causa certa estranheza. Alterações associadas a algum distúrbio de coagulação ou neoplasias podem também causar sangramento ativo vermelho vivo em excesso.
4. Quais são os tratamentos e medicamentos mais indicados em casos de fluxo intenso?
Dra. Paula: Uma avaliação médica pode, além de fazer o diagnóstico correto, tratar adequadamente a causa do fluxo excessivo e, consequentemente, evitar piora do quadro.
Há casos em que o uso de anticoncepcionais é capaz de reverter o quadro, mas também há situações que precisam até de intervenções cirúrgicas.
5. A menstruação intensa influencia a fertilidade da mulher?
Dr. Alfonso: A menstruação intensa pode ser decorrente de algumas afecções relacionadas a fertilidade feminina, como desequilíbrios hormonais dos ovários, hipófise e tireóide, por exemplo. Além de afecções ginecológicas que podem influenciar na fertilidade em alguns casos.
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