Pesquisa mostra avelós com potencial para combater aids e câncer
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Uma pesquisa que testa a eficácia de uma planta muito conhecida no Nordeste, o avelós, está dando bons indícios para a cura da aids.
O estudo, liderado pelo farmacêutico Luiz Pianowski, avançará para uma próxima etapa de testes em macacos resos.
O curioso é que a pesquisa é financiada pelo empresário cearense Everardo Ferreira Telles, ex-dono da Ypióca, marca de cachaça que foi vendida para um grupo inglês.
“Ouvi vários relatos de pessoas do Nordeste que foram curadas pelo avelós. Decidi encarar esse desafio e financiar as pesquisas”, disse o empresário ao jornal Valor, que criou a empresa Amazônia Medicamentos para investir em pesquisas da área.
É muito comum no norte e nordeste a venda da garrafada de avelós (Euphorbia tirucalli), nativa da África do Sul e que lembra um cacto. O empresário contratou o farmacêutico Luiz Pianowski, que começou a pesquisa com foco no combate ao câncer, mas depois percebeu a eficácia no tratamento da aids e da dor crônica. O pesquisador também contou com a parceria de diversos cientistas de universidades e hospitais.
Para a pesquisa da ação do medicamento contra o vírus do HIV, os pesquisadores perceberam que uma substância extraída da planta, o ingenol, desloca o vírus de dentro da célula e a mata. Assim, o vírus fica vulnerável à ação dos antirretrovirais. “Os atuais tratamentos só agem matando o vírus quando ele se multiplica e sai da célula invadida para entrar em outras”, disse Pianowski.
Muitas substâncias já foram testadas para a extração do vírus da célula, mas todas foram consideradas com alta toxicidade. Já o AM12, como foi apelidada a substância da avelós, demonstrou ser de pouco efeito tóxico.
O estudo também contou com a participação da empresa norte-americana Bioqual e o Instituto Johns Hopkins, na condução dos testes em animais. Passando a fase destes testes, o AM12, se comprovada a baixa toxicidade, será testado em humanos. “A Bioqual fará os experimentos em macacos. Vai providenciar macacos infectados pelo HIV e em tratamento antirretroviral, administrar a nova droga em conjunto com o coquetel, além de monitorar os animais. Amostras de sangue serão coletadas semanalmente e uma pequena quantidade será mandada para nós aqui no Hopkins para algumas avaliações”, afirmou Lúcio Gama, professor do Departamento de Patobiologia Molecular e Comparada da Escola de Medicina do Instituto Johns Hopkins, EUA. DE quatro a seis meses, os resultados serão divulgados.
Câncer e dor
O AM10 (para o combate ao câncer) e o AM11 (para a dor), experiências que utilizam o avelós, estão ainda mais adiantadas que o AM12 para a Aids.
No caso do câncer, alguns testes toxicológicos foram feitos em cães e ratos com sucesso. Alguns pacientes do Hospital Albert Einstein também passaram pelos testes da fase 1. Não houve toxidade que pudesse lesionar algum órgão como rins ou fígado. Quatro pacientes realizaram os testes na fase 2, mas os estudos foram paralisados e deverão ser feitos com moléculas isoladas.
Já o AM11 para a dor será testado em humanos a partir de janeiro de 2013, na Alemanha. O farmacêutico destaca o efeito analgésico da substância com pacientes com dores provocadas pelo câncer.
O avelós (Euphorbia tirucalli), planta muito comum no Nordeste do Brasil, tem propriedades anticarcinogênicas, antiasmáticas, antiespasmódicas, antibióticas, antibacterianas, antiviróticas, fungicidas e expectorantes. Também é purgativo e anti-sifilítico.
A parte usada da planta é o látex, que quando puro irrita a pele e os olhos (por isso deve-se manter o avelós longe de crianças e animais), mas dissolvido em água o látex é indicado para tratamento de tumores cancerosos e pré-cancerosos.
O látex puro é perigoso para os olhos, podendo até cegar, e também pode provocar hemorragia.
E precisa ser bem diluído em água.
No máximo, duas gotas em 500mL de água.
Mas só o use sob a orientação de um médico/especialista.
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