Queda de avião com time da Chapecoense: todas as informações sobre a tragédia
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O avião da companhia aérea LaMia, que transportava a delegação do time catarinense Chapecoense, caiu na madrugada desta terça-feira (29), próximo ao Aeroporto de José Maria Córdova, perto de Medellín, na Colômbia. A lista de embarque incluía 72 passageiros e 9 tripulantes a bordo.
Dentre os passageiros estavam jogadores de futebol, diretores, jornalistas esportivos e convidados. As informações sobre o número de sobreviventes estão sendo atualizadas durante o dia.
De acordo com a imprensa internacional, sete tripulantes foram resgatados com vida, dentre eles, os jogadores Hélio Hermito Zampier Neto, o lateral esquerdo Alan Ruschel e os goleiros Danilo e Follmann, o jornalista Rafael Henzel, a comissária de bordo Ximena Suarez e o técnico da aeronave Erwin Tumiri.
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A Aeronáutica Civil Colombiana divulgou em seu Facebook, por volta das 9h30, os nomes e os locais em que seis sobreviventes estavam internados, próximo ao município de Unión, em Antioquia.
Ximena Suárez, comissária de bordo, e Erwin Tumiri, técnico da aeronave, foram levados à clínica Somer de Rionegro. Alan Luciano Ruschel, jogador, e Rafael Hensel, jornalista, foram encaminhados ao Hospital de La Ceja. Jackson Ragnar Follmann e Marcos Danilo Padilha, goleiros, foram levados ao Hospital San Vicente.
Às 11h24, novo comunicado não apresentava o nome do goleiro Marcos Danilo Padilha entre os feridos, mas do jogador Hélio Hermito Zampier Neto foi acrescentado à lista. O último foi encaminhado para a Clínica San Juan de Dios de La Ceja. Em entrevista ao SporTV, o médico Guillermo Molina afirmou que Danilo não resistiu e morreu no hospital.
As autoridades da aviação civil colombiana divulgaram lista (abaixo) com as 81 pessoas que estariam a bordo, entre passageiros e tripulação. O site de notícias G1 informou, no entanto, que dos nomes divulgados, quatro não chegaram a embarcar e portanto não estavam no avião na hora do acidente. São eles Luciano Buligon, prefeito de Chapecó, Plinio Filho, presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense, Gelson Merísio, presidente da Assembleia Legislativa de SC e Ivan Agnoletto, radialista.
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O último contato da aeronave com a torre de controle aconteceu às 21h54, no horário local (0h54 no horário de Brasília), enquanto sobrevoava as cidades de La Ceja e Abejorral.
A delegação do Chapecoense saiu do Aeroporto Internacional de Guarulhos em direção a Santa Cruz de La Sierra, na tarde desta segunda-feira (28), realizou escala na cidade boliviana e seguia em direção a Medellín em um voo fretado.
O Chapecoense disputaria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, nesta quarta-feira (30), contra o Atlético Nacional de Medellín.
Um pouco antes de embarcar em São Paulo, o Facebook oficial da Chapecoense fez uma transmissão ao vivo para seus torcedores. No vídeo, o diretor Cadu Gaúcho falava sobre a expectativa para a Copa Sul-Americana 2016: “[É a viagem] mais importante [do clube] até agora. Cada ano que passa, a gente vai conseguindo marcar a história do clube”.
Chapecoense no Brasileirão
No último domingo (27), o time catarinense esteve em São Paulo para disputar o Campeonato Brasileiro contra o Palmeiras. O jogo levou o time paulista à vitória. A Chapecoense, priorizando o desempenho na Copa Sul-Americana, poupou alguns jogadores.
Copa Sul-Americana
Na segunda-feira (28) os jogadores embarcaram em São Paulo com destino à Colômbia para jogar a primeira partida contra o Atlético Nacional de Medellín, que se realizaria na próxima quarta-feira (30). O time estava focado na decisão da Copa Sul-Americana, campeonato em que tinha chance de fazer história, conquistando o primeiro título internacional do time. A decisão final da partida aconteceria no Brasil, na cidade de Curitiba, no Paraná, no dia 7 de dezembro.
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O vencedor também ganharia vaga na Libertadores, principal competição de futebol entre clubes da América do Sul.
Mudança de voo
Para fazer um voo direto de São Paulo para Medellín, na Colômbia, a Chapecoense tentou fretar um avião, mas foi impedida pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Em nota, a agência afirmou que o pedido foi negado, porque o acordo de serviços aéreos com a Bolívia, país de origem da companhia aérea LaMia, não prevê operações como a solicitada.
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De acordo com a Anac, o transporte só poderia ser feito conforme desejado caso a empresa aérea contratada fosse brasileira ou colombiana. Com a negativa, a Chapecoense optou por viajar em um voo comercial de São Paulo até Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.
Leia a nota oficial da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) na íntegra:
“Brasília, 29 de novembro de 2016 – A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informa que a empresa boliviana Lamia Corporation solicitou autorização de voo à ANAC para o transporte do time de futebol Chapecoense que faria um torneio na Colômbia. O voo partiria do Brasil para a Colômbia, na segunda-feira, 29/11, segundo a solicitação. O pedido foi negado com base no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) e na Convenção de Chicago, que trata dos acordos de serviços aéreos entre os países. O acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada.
Complementando a negativa do pedido, a ANAC informou ao solicitante do voo que o transporte poderia ser realizado por empresa aérea brasileira e/ou colombiana, conforme a escolha do contratante do serviço, nos termos dos acordos internacionais em vigor.
A ANAC se solidariza com os familiares das vítimas do acidente ocorrido nesta madrugada, 29/11, com o time da Chapecoense, nas proximidades de Medellín, na Colômbia”.
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Na Bolívia, a delegação embarcou em um voo fretado em direção a Medellín, na Colômbia. A viagem estava sendo feita em uma aeronave modelo Avro Regional Jet 85, também conhecida como Jumbolino, de matrícula CP-2933, produzido pela British Aerospace. O avião tem lugar para 95 pessoas.
Buscas e condições climáticas
De acordo com o prefeito de Medellín, Federico Gutiérrez, o horário do acidente (durante a noite), o terreno e as condições climáticas dificultaram o resgate.
Segundo o capitão dos bombeiros Misael Cadavid, a primeira notificação do acidente chegou às 23h. Uma hora e meia depois, a equipe conseguiu chegar ao local da queda. Como explicou, eles tiveram que percorrer 18 km até a estrada acabar. Depois, caminhar por 40 minutos por terrenos irregulares e, em seguida, descer mais 500 m. Além das dificuldades geográficas da região, no momento do resgate ainda havia muita neblina e chuva intensa.
Investigação das possíveis causas
Algumas hipóteses já foram levantadas sobre o que teria causado o acidente aéreo.
A imprensa colombiana chegou a noticiar uma possível falta de combustível e também que o piloto teria despejado o combustível na eminência da queda, como medida de prevenir uma explosão.
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O coronel da Aeronáutica colombiana e diretor de serviços de navegação aérea da Aeronáutica Civil da Colômbia Édgar Sánchez disse em entrevista à Rádio Blu, de Bogotá, Colômbia, que a principal hipótese para a queda do avião é a de que tenha ocorrido uma falha elétrica. “As informações apontam que a essa hora [do acidente] o aeroporto estava operando de forma normal, se realizava vigilância e controle positivo sobre essa aviação e, às 21h54 [horário local], se perdeu o contato do radar e a comunicação com a aeronave. De imediato, se ativou o protocolo de segurança. A principal hipótese é uma falha elétrica “, afirmou Sánchez.
Também em entrevista à rádio, Gustavo Borges, diretor da LaMia, empresa proprietária da aeronave, afirmou que o modelo que caiu era “um excelente avião, especial para pistas curtas”. Segundo o diretor, não havia registros de problemas com a nave.
Com reportagem de Beatriz Helena, Giovanna Mazzeo e Mariana Bueno
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