Sibutramina: o que é e os cuidados com o uso do emagrecedor
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Remédios que garantem o emagrecimento sempre chamam atenção do público que deseja perder aqueles quilinhos a mais, mas será que vale a pena recorrer a esta ajudinha extra? Ter este tipo de auxílio na luta contra a balança pode ser perigoso. O assunto é tão sério que medicamentos desta categoria recebem um controle especial da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Em 2013, foi preciso um longo debate e uma votação, para que o órgão decidisse liberar compostos que são feitos à base de sibutramina. Uma das maiores preocupações da agência reguladora é o uso indiscriminado da substância, que deve ser usada apenas em casos extremos, como o da obesidade. Abaixo você confere tudo sobre este polêmico medicamento que promete auxiliar na batalha pela perda de peso.
A sibutramina surgiu na década de 1980 como um antidepressivo, mas os cientistas repararam que havia perda de peso naqueles que consumiam o medicamento. Logo, os estudiosos passaram a analisar a capacidade de emagrecimento do produto.
A sibutramina é uma substância que age no sistema nervoso central sobre os neurotransmissores serotonina e noradrenalina. De acordo com o Dr. Walmir Coutinho, endocrinologista membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e pesquisador sobre o uso da substância, a sibutramina não é um inibidor de apetite comum. “Há um engano comum com a sibutramina. Ela não é um moderador de apetite, pois o que este medicamento faz é dar saciedade ao paciente”, diz ele.
Desde 2013, o produto está totalmente liberado no Brasil pelo órgão, mas com algumas restrições. A reguladora exige que os pacientes e médicos assinem um termo de comprometimento pelo uso da sibutramina.
É limitado também o consumo de 15 mg do remédio por dia. Se mesmo com uma alimentação regrada – acompanhada por um nutricionista – e exercícios físicos o tratamento não render a perda de ao menos 2kg em até quatro semanas, a agência recomenda que se deixe de tomar a substância.
Conforme o endocrinologista, a preocupação da Anvisa surgiu após uma longa pesquisa. “Toda essa preocupação apareceu após a divulgação da pesquisa Scout – Sibutramina Cardiovascular Outcome Trial”, diz. Ele explicou ainda que a análise mostrou que das nove mil pessoas que fizeram uso da sibutramina, 16% apresentaram riscos de doenças cardiovasculares e de sofrerem AVC – Acidente Vascular Cerebral, por isso é preciso também consultar um cardiologista antes de aderir à sibutramina.
Sim, a sibutramina funciona porque o paciente fica satisfeito com as refeições diárias e não aumenta a quantidade de comida ingerida. É importante lembrar que cada metabolismo é diferente por isso o moderador de apetite pode não ter a mesma eficácia sobre todas as pessoas.
Segundo o Dr. Walmir, ao fim do tratamento o paciente não pode se descuidar. “Depois de deixar de usar o medicamento é preciso continuar com a mudança do programa alimentar e com exercícios físicos, caso contrário, há chances do ganho de peso”, afirmou o médico.
A sibutramina é um remédio como qualquer outro, por isso deve ser comprado em farmácias e drogarias. É preciso apresentar receita médica prescrita em um bloco azul, que indica o controle especial de medicamentos que podem causar dependência. Jamais compre em academias, revendedoras ou através da indicação de terceiros. Antes de aderir ao medicamento, procure um endocrinologista e descubra se você está no perfil ideal para os usuários da pílula.
O remédio é indicado apenas para pessoas que sofrem de obesidade, em especial para aquelas que possuem o IMC – Índice de Massa Corporal – igual ou maior que 30.
O uso da sibutramina por pessoas fora desse grupo é perigoso. “Pode ser prejudicial tomar o remédio sem estar neste perfil. O risco de adquirir problemas de saúde pode ser muito maior que os possíveis benefícios”, falou o Dr. Walmir Coutinho.
O consumo não é indicado para pessoas acima dos 65 anos, idosos, adolescentes, pessoas com IMC menor que 30, fumantes, com pressão alta, portadoras de doenças do coração, com distúrbios alimentares ou psiquiátricos e pacientes com diabetes do tipo 2.
Uso da sibutramina pode causar efeitos colaterais como boca seca, prisão de ventre, insônia, dores de cabeça, aumento da pressão e da frequência arterial.
A sibutramina é indicada apenas para pessoas com obesidade, por isso antes de pensar em utilizar a substância consulte seu médico e descubra se o uso dele é necessário ou se ainda existem outras opções para a perda de peso.
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